O governador Mauro Mendes (União) destacou, em entrevista nessa terça-feira (24), que a sua administração não ignora denúncias de eventuais irregularidades que possam vir a ser cometidas. A declaração foi feita após questionamento sobre a Operação Suzerano, deflagrada ontem, que teve como alvo de ordem judicial de busca e apreensão o ex-secretário de Agricultura Familiar, Luluca Ribeiro (MDB).
A operação é resultado de determinação do governador para que a Controladoria Geral do Estado (CGE) fizesse um pente fino na pasta por conta de supostas irregularidades. Luluca Ribeiro e outros quatro membros da sua equipe foram exonerados em julho deste ano.
“É difícil para mim ou qualquer agente público receber uma denúncia concreta e enfiar ela na gaveta. Nosso governo não faz isso. Eu pedi para verificar e a partir daí a gente não tem mais o controle”, declarou o governador.
Para Mauro, se Luluca está dizendo a verdade e não existem irregularidades na pasta, ele não tem com o que se preocupar, porque a investigação vai evidenciar isso.
“Se ninguém tem nada a temer, como está dizendo o Luluca, okay. Se investiga e vai ser esclarecido. Se alguém fez alguma coisa errada, essa pessoa vai responder. Recebemos a denúncia e ela foi encaminhada para frente”, afirmou.
A Operação Suzerano foi deflagrada pela Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (DECCOR) para apurar um esquema de liberação de emendas destinadas à Secretaria de Agricultura Familiar (SEAF).
Conforme o parecer da CGE, foram feitas aquisições sem licitação de kits agrícolas com esses recursos.
Por meio de nota, Luluca Ribeiro diz que a CGE cometeu “erro crasso e tendencioso”, já que as aquisições teriam sido realizadas em consonância com a Instrução Normativa Conjunta 01/2016 SEPLAN/SEFAZ/CGE, que prevê que termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos de emendas parlamentares e acordos de cooperação poderão ser celebrados sem necessidade de licitação.
Conforme o ex-secretário, essa instrução foi modificada no dia de sua exoneração, em 23 de julho. Luluca diz que a sua passagem pela pasta sempre foi pautada pelos princípios da administração pública, principalmente a transparência, e que o parecer da CGE induz o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Civil a erro.(Repórter MT/Aparecido Carmo/Daffiny Delgado)