O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), cuja filha foi assassinada a facadas na semana passada em Nova Mutum, disse que já suspeitava do ex-genro, Romero Xavier, e adotou estratégia de mantê-lo por perto durante a investigação da Polícia Civil.
Raquel Maziero Cattani Xavier, de 26 anos, foi morta na noite de quinta-feira (18), e teve o corpo encontrado pelos pais na manhã seguinte.
Romero foi preso na noite de quarta-feira (24), acusado de ser o mandante do crime, assim como seu irmão, Rodrigo Xavier, que foi apontado como autor das 34 facadas.
“Na verdade, a gente sempre teve um pé atrás […]. O álibi que ele tinha era um álibi muito forte, tanto que ele não estava aqui. Não teve a capacidade sequer de fazer ele mesmo. Então, um covarde que foi”, disse Cattani em entrevista ao Jornal da Cultura FM, na manhã desta quinta-feira (25).
Quatro dias após o homicídio, na segunda-feira (22), Cattani publicou uma mensagem em seu perfil do Instagram, na qual afirmava que o ex-genro não tinha sido preso ou confessado o crime. Segundo ele, isso foi para não afugentar Romero.
“Então, ele não estaria em dois lugares ao mesmo tempo, por isso que a Polícia o liberou preliminarmente. Mas nós tínhamos que mantê-lo por perto. Nós tínhamos que mantê-lo por perto, senão hoje, talvez, não estaria com esse desfecho que está. Então, tudo que foi feito foi feito para que pudesse elucidar o caso”, completou.
O caso
Raquel e Romero estavam em processo de divórcio e tinham um casal de filhos, fruto dos nove anos de casamento.
Conforme as investigações, no dia do homicídio Romero levou Rodrigo até as proximidades da propriedade de Raquel, no assentamento Pontal do Marape, onde o deixou escondido.
Após isso, ele passou na casa da ex-esposa para buscar as crianças, almoçou na casa do deputado Cattani, ocasião em que chorou na frente dos familiares da vítima para forjar uma tristeza pela separação.
Depois, ainda conforme as investigações, ele levou os filhos para Tapurah a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado. Durante a tarde do dia 18 de julho, ele chamou algumas pessoas com quem não tinha muita convivência para beber e assar carne.
No período da noite, foi a três boates em Tapurah para reforçar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não seria considerado o principal suspeito.
Já em Nova Mutum, diz a Polícia, Rodrigo ficou à espreita da vítima até ela chegar ao sítio, por volta das 20 horas. Assim que Raquel chegou, ela foi esfaqueada e morta. Para tentar forjar um latrocínio, o assassino revirou a casa da vítima, quebrou objetos e roubou itens pessoais dela e sua motocicleta.
De acordo com a Polícia, o assassino descartou o veículo e o celular de Raquel em um rio em Lucas do Rio Verde.
Mídia News/Angélica Callejas – Foto: Marcos Lopes