O futuro do agronegócio mato-grossense já está sendo planejado para daqui a 10 anos. O estado deve produzir cerca de 149 milhões de toneladas de grãos e pluma de algodão, além de 2,80 milhões de toneladas de carne, somando as proteínas bovinas, suínas e de aves, em 2034.
Os dados foram apresentados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no lançamento do ‘Outlook – Projeções do agronegócio em Mato Grosso de 2024 a 2034’.
Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e na última temporada, o estado contribuiu com 26,50% da produção nacional. As expectativas de desenvolvimento da cultura para os próximos dez anos são amplas.
Conforme o estudo, as áreas da oleaginosa podem chegar a 16,62 milhões de hectares, um incremento de 33,18% com uma produtividade média de 64,71 sacas por hectares. Salto significativo de 24,06% ante a safra 2023/24.
Sendo assim, estima-se que a produção do estado passe de 39,05 milhões de toneladas para 64,5 milhões de toneladas. Cerca de 65,22% a mais.
O superintendente do Imea, Cleiton Gauer, conta que esse estudo é baseado na movimentação que os produtores fizeram nos últimos anos. “Essa movimentação inclui as áreas de pastagens para agricultura”.
O estudo explica que a conversão de pastagens para áreas agrícolas é parte da modernização da agropecuária no estado. E que dessa maneira, buscam equilibrar os grãos com a produção de carne.
Milho e algodão segue crescente significativa
Para o milho as projeções também são significativas. A área calculada, conforme o estudo, para o território mato-grossense é de 10,90 milhões de hectares com uma produção de 80,38 milhões de toneladas. Um acréscimo de 70,40%.
Já a produtividade média do cereal, deve saltar 115,29 sacas por hectares para 122,95 sacas por hectares na safra 20233/34. Crescimento de 6,37% na comparação com a safra 2023/24.
Na visão do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, o estado possui muitas fronteiras agrícolas, áreas de pastagens degradadas que podem ser convertidas em lavouras sem perder quantidade e qualidade na produção de carne.
“Através da suplementação animal, mesmo com o farelo de soja ou o DDG do milho e até o próprio cereal, que temos no estado, cada vez a pecuária tem crescido o rebanho e a área diminuída. E a agricultura aumentou. Fazer essa projeção para os próximos 10 anos, é um recado para o mundo inteiro”, afirma.
Para o algodão, a área prevista é de 2,6 milhões de hectares, um aumento considerável de 40,62% quando comparado com a safra 2023/24. A estimativa na produção de pluma gira em torno de 4 milhões de toneladas, acréscimo de mais de 51%.
Projeções gera alerta aos gargalos enfrentados no estado
As projeções também acendem um sinal de alerta aos desafios enfrentados no estado, como a falta de armazenagem e gargalos na logística que tiram o sono e a rentabilidade dos agricultores.
O presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, pontua que é preciso de apoio para atingir esses índices.(Canal Rural/Pedro Silvestre/Ana Moura)