Altos custos de produção, preços baixos, rentabilidade baixa. Este é o cenário do produtor brasileiro nesta safra 2023/24. Cenário que também é observado nos estados do meio-oeste dos Estados Unidos, inclusive quando o assunto é clima.
Tais semelhanças entre os produtores brasileiros e norte-americanos foram observadas nos mais de três mil quilômetros percorridos na terceira temporada do “América Clima e Mercado”, missão realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Os integrantes da missão já passaram pelos estados de Chicago, Indiana, Ohio, Illinois, Missouri, Kansas, Nebraska e Dakota do Sul.
Vice-presidente da região sul da Aprosoja-MT, Fernando Ferri comenta que, assim como no Brasil, o que se tem observado das lavouras norte-americanas é que também há em um mesmo ano regiões com lavouras em boas condições e ruins.
Conforme Ferri, são muitos os relatos de produtores do meio-oeste americano. Durante a passagem por Indiana, Illinois, Missouri e Nebraska a missão constatou lavouras de soja e milho em boas condições, ao contrário de Ohio que estavam “com uma parte mais fraca”.
“No Kansas, ao norte, já encontramos uma região seca, com problemas de falta de chuvas. Quando entramos em Dakota do Sul também vimos problemas novamente, mas por excesso de chuvas”, conta Ferri.
Produtores nos EUA diversificam culturas
Assim como no Brasil, é possível observar um crescimento na diversificação de culturas em meio as lavouras norte-americanas.
“A situação do norte-americano é exatamente a mesma do brasileiro. Passando por dificuldades com preços ruins, altos custos e baixa rentabilidade. O produtor rural é o mesmo no mundo todo. Passa pelas mesmas dificuldades, mesma falta de estrutura. Aqui tem muito problema com falta de mão de obra”, pontua o vice-presidente da região sul da Aprosoja-MT.
Ferri salienta ainda, em entrevista ao Canal Rural, que “o USDA tem razão em falar que vai vir uma safra bem maior do que o ano passado. Pode realmente acontecer uma super safra, tanto de soja quanto de milho”.
Canal Rural/Pedro Silvestre/Viviane Petroli