O deputado estadual Júlio Campos (União) acredita que fake news e problemas na distribuição de água foram fatores determinantes para a derrota de seu aliado Kalil Baracat (MDB) nas eleições municipais deste ano.
Ele destacou que o escândalo no Departamento de Água e Esgoto (DAE) na véspera do pleito também foi fundamental para a vitória de sua adversária, Flávia Moretti (PL). A Operação Gota d’Água, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil, desarticulou uma organização criminosa que atuava na autarquia.
A investigação apontou a existência de um esquema de cobrança de propina para execução de serviços públicos e fraudes em contas de água, causando um prejuízo estimado de R$ 11,3 milhões desde 2019.
“A crise de Várzea Grande foi a falta de água, a candidata da oposição bateu junto com sua equipe muito no problema. Depois, veio aquela tragédia, aquele escândalo no DAE na véspera, 15 dias antes da eleição, também repercutiu muito. O nosso grupo político está há quase 20 anos no Poder, houve oposicionistas como Murilo [Domingos] e Wallace [Guimarães], mas mesmo assim tivemos três mandatos consecutivos, dois da Lucimar [Campos] e um do Kalil. À população quer mudança, isso faz parte da democracia, desejo sucesso não só a ela como também quem for eleito prefeito de Cuiabá”, disse em entrevista à imprensa nesta terça-feira (8).
Contrário do que apontava as pesquisas de intenção de votos que colocavam Kalil em primeiro lugar, Kalil foi derrotado nas urnas no último domingo (6). Ele ficou em segundo lugar com 61.005 votos (44,84%), com sete mil votos de diferença que Flávia Moretti que venceu a eleição com 68.760 votos (50,54%).
O deputado ainda saiu em defesa das pesquisas que foram realizadas pelos institutos que erram o resultado da eleição em Cuiabá e Várzea Grande. Na avaliação de Júlio, notícias falsas que foram plantadas pela principal adversária conseguiram reverter os votos dos que estavam com Kalil.
“Ouvi um cientista político dizendo que o pesquisador vai a sua casa para fazer a pesquisa, meia hora depois surge no seu celular uma denúncia contrária ao candidato que você tinha contado como possível voto que teria seu, e aí, você muda de opinião. Foi o que aconteceu em Cuiabá e Várzea Grande”, ressaltou.(Olhar Direto/Rafael Machado/Max Aguiar)