O juiz Anderson Clayton Dias Batista, substituto na 1ª Vara Criminal de Sinop, manteve preso Edgar Ricardo de Oliveira, autor da chacina em que foram mortas sete pessoas em um bar daquela cidade no feriado de Carnaval do ano passado. O cúmplice dele, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em confronto com a Polícia Militar durante as diligências em busca pelos criminosos.
Na decisão, datada da sexta-feira (23), o magistrado destacou a manutenção da garantia da ordem pública diante da periculosidade do réu. Recordou que entre as vítimas havia uma menina de 12 anos e que os crimes foram cometidos por motivo torpe. Edgar e Ezequias queriam se vingar por terem perdido uma aposta em jogo de sinuca.
O juiz ainda destacou que os homicídios foram cometidos de forma a dificultar a defesa das vítimas, já que os disparos foram realizados em um estabelecimento comercial com várias pessoas e também em direção à rua. As vítimas foram rendidas e encurraladas na parede e aquelas que conseguiram fugir foram atingidas por tiros pelas costas.
“O perigo gerado pelo estado de liberdade do acusado é patente, posto que os dados fáticos são suficientes para demonstrar que o caso em apreço vai além da normalidade do tipo penal em comento, constituindo fundamentação idônea para a manutenção da custódia preventiva”, destacou o magistrado.
Ressaltou, ainda, que “não há que se falar em excesso de prazo na formação da culpa”, já que está prevista a realização de sessão do Tribunal do Júri para tratar do caso. Se não houver nova alteração, o julgamento deve ocorrer no dia 15 de outubro deste ano.
“Assim, considerando que não se vislumbra qualquer alteração fática-jurídica favorável ao acusado, após a decisão que decretou a segregação cautelar, bem como ante a inexistência de excesso de prazo no trâmite do presente feito, mantenho a prisão preventiva do acusado Edgar Ricardo de Oliveira”, concluiu.
Edgar é réu por seis homicídios triplamente qualificados, por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou defesa das vítimas e um homicídio quadruplamente qualificado, já que uma das vítimas era menor de 14 anos. Ele também responde por furto qualificado e roubo majorado.
O crime
O crime aconteceu em 21 de fevereiro de 2023, feriado de Carnaval, em um bar onde eram comuns partidas de sinuca com apostas de altos valores. De acordo com a denúncia do MP, no período da manhã Edgar e Ezequias apostaram dinheiro em jogos de sinuca em um bar e acabaram perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior.
Durante a tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e chamou Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro. Ele voltou a perder e, irritado, jogou o taco sobre a mesa e deu sinal para que seu comparsa sacasse uma pistola, rendendo as vítimas. Nesse momento, Edgar foi até a caminhonete buscar uma espingarda calibre 12.
Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e disparou contra elas. Duas das vítimas foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão. Depois de cometer os assassinatos, Edgar e Ezequias ainda roubaram a quantia em dinheiro que estava sobre a mesa de sinuca do estabelecimento comercial, referente à aposta do jogo. Em seguida, os homens fugiram em uma camionete S-10 branca.
As vítimas foram identificadas como Orisberto Pereira Souza, de 38 anos; Adriano Balbinote, de 46 anos; Josué Ramos Tenório, de 48 anos; Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos; Getúlio Rodrigues Frazão, de 36 anos e sua filha, Larissa de Almeida Frazão, de 12 anos.(Repórter MT/Aparecido Carmo)